sábado, 10 de outubro de 2009

Karla Sabah - Aposta da LGK Music

Chega às lojas na próxima semana o novo CD de Karla Sabah:
Cala boca e me beija.



Com produção musical assinada por Líber Gadelha e pelo produtor Julinho Teixeira, o disco, que traz uma diversidade de estilos musicais através da qual é possível comprovar o talento e sonoridade elegante e sem exageros da cantora, conta com composições inéditas de autoria da própria artista nas quais trava parcerias geniais em seis faixas com nomes, como: Rildo Hora, Fhernanda Fernandes, Perinho Santana, Luiz Melodia (em participação especial) e Julinho Teixeira.
Além das novidades, releituras de clássicos internacionais, como: I Will, de John Lennon e Paul McCartney e A Kind of Magic, de Roger Taylor.
Cala a boca e me Beija ainda é repleto de pérolas compostas por grandes figuras da música brasileira: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Carlos Imperial, Moraes Moreira, Tavinho Paes, Jards Macalé, Waly Salomão, entre outros feras.
Vale a pena conferir!

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KARLASABAH
CALA BOCA E ME BEIJA
Por: Tavinho Paes / Julho de 2009
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Além da maturidade da voz mezzo soprano, um dos mais sensíveis impactos do novo álbum de Karla Sabah, CALA BOCA E ME BEIJA, é a sonoridade elegante, sem exageros nem redundâncias, que embala as canções selecionadas. Dois PHDs tiraram da multimídia de seus HDs o que havia de melhor para assinarem a produção da maioria das faixas: o maestro Julinho Teixeira e o criativo William Magalhães. O resultado é um trabalho que tem tudo para repercutir além de nossas fronteiras e fazer bonito em qualquer lugar do mundo. Ao dispor desta retaguarda de luxo, Karla pode experimentar e atualizar um rico ambiente de referências musicais brasileiras que vai da Banda Veneno aos Beatles; do samba-funk à Jovem Guarda, da tribo pop à Turma da Pilantragem.
Consideremos que, além do vasto expertise na direção de DVDs de grandes ídolos populares, a recente publicação de seu primeiro livro de poemas, RAINHA DE SABAH, conquistado como prêmio, encorajou a intérprete a estrear como autora de seis faixas deste CD, todas musicadas a partir livro! Só com o mestre RILDO HORA foram duas e uma delas abre e dá nome ao álbum: CALA BOCA E ME BEIJA, em clima de gafieira com metais em brasa. Na outra parceria, AMOR INCONDICIONAL (faixa 11), destaque para a harmônica que faz a pontuação cromática do arranjo.
Se com HYLDON, Karla assina MENINA DE RUA (faixa 14), poema cheio de manha em que afirma que “dei sentido em minha vida, quando aprendi a dizer não”; com FHERNANDA FERNANDES, Karla trabalhou um poema que fora classificado como finalista, em 2006, CANÇÃO DA AUSÊNCIA (faixa 07), onde paixão e solidão estão misturadas para que o amor tenha berço para sonhar seus sonhos.
Em parceria com PERINHO SANTANA, escreveu METADE COM METADE (faixa 10). A letra tem tudo a ver com uma relação amorosa que discute suas inúmeras formas de reconciliação. O arranjo de William Magalhães é tão sofisticado que proporciona espaço para que Luiz Melodia improvise, ao final, um espertíssimo rap no mais genuíno dialeto luizmelodiano!
Aliás, com Luiz Melodia, Karla tem toda a amizade do mundo. Dirigiu seu 1º DVD, vai fazer um filme sobre sua vida e a partir de uma entrevista com WALY SALOMÃO, na qual dizia que o clássico MAL SECRETO (faixa 09), feito em parceria com JARDS MACALÉ, deveria ser interpretado pelo poeta do Estácio, ela recriou à sua maneira e com a caneta do maestro Julinho Teixeira, uma das melhores faixas deste álbum. Além disso, ainda gravou uma parceria entre amigos de LUIZ MELODIA com TUREKO e RENATO PIAU, ME BEIJA (faixa 05).
Sem esquecer suas referências pops dos anos 80, marcadas pelo grupo Afrodite Se Quiser e pela dupla Bad Girls, Karla voltou a prestigiar um poeta do qual possui todos os discos e livros na cabeceira: ARNALDO ANTUNES. E o fez em dose dupla logo na abertura do CD, começando com um arranjo de William Magalhães para PEDIDO DE CASAMENTO (faixa 02), que, num clima de rock contextualizado pela guitarra de Cássio Calazans, traz uma declaração de amor, na qual tudo que nela há de piegas é continuamente depurado. O mesmo procedimento musical, desta vez arranjado por Julinho Teixeira, contando com o solo de guitarra de Liber Gadelha, será utilizado na atualização do hit SORRI, MEU BEM (faixa 08), interessante resgate de PAULO SÉRGIO em tempos de cinquentenário de Roberto Carlos.
Já em SEM VOCÊ (faixa 03), parceria de ARNALDO ANTUNES com CARLINHOS BROWN, a sofisticada levada criada por William Magalhães tem todos os elementos do coletivo Tribalistas, criando um clima perfeito para versos em que amor é avaliado à distância. A sofisticação funciona tão bem que Karla recitando o poema 100 VC (mais um de seu livro) caiu como uma luva.
No livro de poemas, Karla escreveu um em que afirma: “sempre gostei de rock’n’roll com uma bossa nova”. Isso explica sua reconstituição harmônica para I WILL (faixa 06), de LENNON e MCCARTNEY, produzido especialmente por Marcio LoMiranda, embora o clima Blue Note só se realize plenamente em A KIND OF MAGIC (faixa 12), de ROGER TAYLOR, uma produção de Dudu Viana, de 2004, resgatada de seu baú. O solo do baixo de Berval Moraes recria a atmosfera criativa do tempo em que a bossa nova começou a ensinar o samba para os americanos e para o mundo. A bateria de Gladston Simas, que vai encerrar a canção, lembra com alegria as jam-sessions do Milton Banana Trio.
O pós-modernismo tem muitos pontos negativos, mas a possibilidade de se fazer uma saudável atualização de arquivos antigos é um dado positivo. Tanto que uma das faixas mais fortes do álbum é uma reconstrução melódica realizada para atualizar um hit dos anos 60 para NEM VEM QUE NÃO TEM (faixa 04), de CARLOS IMPERIAL. O suingue dançante do arranjo de William Magalhães é tão irresistível que faz a gente pensar que o fantasma de Erlon Chaves passou pelo estúdio na hora em que esta música estava sendo gravada, literalmente ...40 anos depois!!!
Com BRASIL 500 SAMBAS (faixa 13), de TAVINHO PAES e MORAES MOREIRA, o remix é poético. A primeira versão, como poema, é de 1989. Agora, 20 anos depois, por conta dos saraus de poesia, recebeu o recorte de Karla Sabah. Dessa vez, veio batucada na percussão-cuíca de Pretinho da Serrinha; chamada pelo cavaquinho digital de Julinho Teixeira; e calçado na linha de baixo-no-bumbo de Jamil Joanes, uma lenda viva da MPB.
Eu sei que a poesia orientou Karla na criação e execução desse álbum. Tanto sei que foi com um poema de seu livro, MADAME KAOS (faixa 15), dito como se estivesse num audiobook com o maestro Julinho Teixeira ao piano, que ela assinou o trabalho.
...é isso: esse disco pode te surpreender e te oferecer de bandeja tudo que você deseja. Basta entender o que ela diz quando pede: ...CALA BOCA E ME BEIJA!
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